sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Crônica: Homenagem aos Solitários, Poetas & Escritores



Há ocasiões que me questiono sobre a solidão e o que talvez ela possa operar em mim.
Em muitas vezes sinto-me farto de ter-me só e acompanhado unicamente dos meus pensamentos e resoluções. Noutras, o maior dos idiotas ao fitar o imensurável vazio e
e ter-me nos devaneios de sempre, e onde o maior deles me traz o doce que poderia ser me dado; Uma Sofia Loren provocante e sensual que, sorrindo me fita
através da janela de um trem.
Vez ou outra me pergunto se a solidão é capaz de enlouquecer um homem. – Acho que sim – concluo. E pra não deixar que isso me aconteça de forma tão indefesa valho-me de alguns artifícios e das partes desse mundo virtual e faço o bálsamo que preciso, um Dorflex cibernético E como a solidão para mim é o sinônimo dos notívagos, digo; meia noite jamais será quatro da manhã. Portanto, a maioria pessoas, diferentes e mim, como janelas virtuais se fecharão e adormecerão no pátio de suas necessidades.

E geralmente não estou lá, no sono dos justos, pois para mim só basta ter os olhos abertos para entrar nesse extenso universo virtual, mundo esse que faz refém a mim e outros milhões de notívagos solitários. E a solidão como a onça que se acua feroz enfincará suas garras mesmo sendo você de boa família, cheio da grana ou possuidor de mil mulheres em seu harém. Portanto não serão as companhias que determinarão o quanto você pode ser solitário, mas, você próprio, pois mesmo estando cercado de pessoas e vozes não serão esses os motivos que o tornarão imune.
E assim, gente como nós, presos nos labirintos do próprio ser, doentes para os quais há a droga medicamentosa unicamente para os males do corpo, mas não para as dores da alma, teremos que nos virar nos trinta, pois a solidão pode acometer à qualquer tempo, e ela, saiba, é como andar em bicicletas, exercício que jamais se desaprende.
E se ela te machuca, fere, tente se livrar dela como um bêbado que vomita antes de ir ao A.A (Alcoólatras Anônimos) pois sempre existirá gente bem intencionada que tentará fazer-te sentir melhor e esquecer-te dela por algum tempo. Aceite iniciativas nesse sentido e isso, deixe se aproximarem, e talvez te dê algum ânimo e  faça sorrir, mesmo sabendo que esse sorriso (talvez não tão espontâneo) seja necessário à preservação do vínculo da amizade e de tantos esforços que te devotem.

Ah sim! Tava me esquecendo, claro, o que ela opera em mim?

Bem, as vezes imagino que a solidão nos torna mesquinhos tanto quanto ao gênios.
A solidão aliada ao ser notívago é nada mais que a filha do absurdo, e como tal faz proliferar pensamentos, devaneios, delírios, e até, por vezes concede alguns super poderes. E nestas fantasias você apagará mais um cigarro no cinzeiro abarrotado e se verá ganhando na mega-sena, amando e sendo correspondido, talvez até  por entre as pernas de Madona, ou tirando um solo dos bons e de blues ao lado de  Eric Clapton. Só não se imagine.fazendo parte do fantástico trio de área junto de Messi e Neymar, pois aí não seria fantasia, mas loucura.

E mais que isso: a solidão pode verter em você algum senso literário. E isso fará você escrever, transformar em textos as idéias que não param de jorrar. E, quando escrever, não se preocupe demasiadamente com que esperam de você. Se disserem que não há qualidade, lembre-se: muitos gênios foram execrados pela crítica e pelo público, portanto....
Então, não se importe muito com isso e nem leve as críticas muito à sério e apenas assuma a necessidade de textualizar seus pensamentos e escreva. É assim que funciona comigo, qualificado ou não.

E, falando em Poetas e Escritores, sempre mantive-me às voltas em compará-los e tentar decifrar-lhes. Afinal, sempre me questionei os motivos de raramente um poeta se fazer escritor ou vice-versa. E essa questão me queimou demasiadamente as pestanas até que em definitivo me convenci de uma vez por todas: Poetas são os sentimentos. E os escritores....Bem, os escritores são as vísceras deles.

Portanto, além de agraciado pela solidão, devaneie, invente, usufrua largamente pois não há limites nisso. Pense em maluquices e deixe vir à mente as maiores insanidades. Case com Madona, faça o um gol numa Copa do Mundo e recebas as reverências de Robinho e toque os blues, sem humildade, mas com sentimentos, tão bom quanto Clapton - você é o único dono da sua imaginação.



E escreva. Escreva sempre e vomite o que a solidão te ajudou a produzir.
Se acharem que ficou bom...ótimo! nem sempre a unanimidade é burra. Se
acharem que não, engula, refaça e regurgite novamente e até que o cheiro
acre incomode pouca gente. É assim que a coisa funciona.
E, acima de tudo, agradeça por todos os aplausos ou vaias à que se propôs quando entrou aqui, afinal, você foi corajoso ao se mostrar na vitrine e fazer-se apreciado como mercadoria

.
Bom, era isso e, evidente, como conheço um pouco da natureza humana sei que vou ouvir: - Porra véio, auto-ajuda não! - Ou – China, Vá se tratar, vá!
E a esses, antecipadamente respondo: vão se foder!.
Analista, não preciso. Não tive qualquer envolvimento emocional com as galinhas quando pequeno.
Auto-ajuda? Bom, se isso me “auto-ajudasse” ganhar algum e sair
da penúria que me encontro.

Aí....bem, aí quem sabe, não é?

Um comentário:

Márcia Poesia de Sá disse...

hahahahaha é ne? só tu mesmo danado! beijão e que vão ao Iraque as criticas. Beijão.