sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tchau tchau Manaus!

Lembro-me como se fosse hoje. Constantemente a libido vazava entre os dedos das minhas mãos masturbatórias. Em mim um desejo incontrolável de algo que não fosse as conversas dos garotos mais velhos que em pormenores narravam as transas imaginárias com garotas que eles jamais foderam.

Recordo ainda que foi quase bom sentir aquele calorzinho subindo e descendo pelo corpo e explodir num orgasmo. Porém eu não entendia muito bem daquelas coisas, afinal, as minhas experiências com as garotas, até então, se resumiam à uma relação quase que literária, ou, melhor, com as revistinhas de sacanagem que singelamente tratávamos por "catecismos".

E as resvistas me excitavam. Eu gostava dos desenhos pornográficos, das moças de bundas enormes, seios imensos e mamilos generosos. Gostava dos "ahhhhs, uhhhhs" grafados nas semicircunferências logo acima dos desenhos.

Portanto, crente que deveria ser assim foi que tive a minha primeira relação sexual.
O nome dela era Dulcinéia e estava na faixa dos dos 18 ou 19. Relembro que foi na casa dela, um quarto e cozinha num cortiço enorme onde outras pequenas moradias serviam de aluguel. Filha de enfermeira de período integral, Dulcinéia ficava com os dias livres, numa composição que poderíamos poetizar assim - Dulcinéia, o tempo e a solidão -

Naquela tarde, enfurnado na cama de casal onde dormia com a mãe, e sem o "quebra-gelo" aconselhável foi que partimos para o crime.
Com os catecismos avivados na memória tentei impressionar - "ahhhhh - uhhhhh" - Foi o bastante para que uma Dulcinéa preocupada abortasse a cópula.

-Cara! Para com isso! Os vizinhos.....

Para mim foi um balde de gelo, e se fatalmente com uns 50 e tantos  teria broxado. Contudo, garoto e dono de uma aparência que mais parecida 20,  prém sem ultrapassar os exuberantes 16, foi me que mantive firme e na ponta dos cascos. Todavia, fora ruim, também: O legado de minha família dizia que sexo significava amor e vice-versa,  portanto, me apaixonei.

Foi uma das fases mais doloridas da minha vida.
Eu amava Dulcinéia.
E ela apenas ria na minha cara e dava pra todo mundo.


Copirraiti mai2011
Véio China®

Um comentário:

Jota Brasil disse...

Véi du karai...

Se isso te serve de consolo, essa história não é só sua ... muitos de nós tivemos uma "Dulcineia" (é esse o nome né?) na vida, kaspita...