-Tio, tio! Eu quero avisar pro senhor que o ca...
-Quereria meu rapaz! Quereria... –
Respondeu bruscamente o sujeito de aparência austera enquanto batia as mãos nas pernas e nos fundilhos da calça. Ele acabara de levar um tombo medonho ao tropeçar no meio-fio daquela movimentada rua. Contudo e para piorar o que bom não era, a barba, numa tonalidade arruivada e o olhar severo acrescido da calvice tornavam sua feição mais rude que propriamente era.
-Não tio, mais é só pra te dizer pro senhor que...– Novamente foi interrompido
-Jovenzinho, antes de tudo seja mais cordato e tenha para você que não se pode ficar interpelando desta maneira pessoa que mal conhece!
-Eu sei tio, mais é que..
-De novo? Que garoto maçante! Certamente a civilidade e polidez não lhe foram ministradas em casa, muito menos herdadas de berço. Será que é nesse desentoar maleducado que caminha para a sua puberdade? - Dessa vez o homem o admoestava tão braviamente que parecia que seus olhos poderiam saltar das cavidades oculares.
-Eu sei tio! Mais, mais... – O garoto tentava expressar, porém e apesar da insistência não obtinha sucesso.
-Não tem mais mais e nem menos menos! E saiba! Não é mais, é MAS! - Praticamente berrou.
-Eu sei tio, mais pelo amor de Deus, o senhor não ta entendendo que o Maic.. - Definitivamente aquele jamais seria o seu dia. O homem se mantinha irredutível e o abortou com rudeza, novamente
-Por que não se cala, ser pueril e inconveniente? – Foi a nova bravata, porém, dessa vez, num mesmo grau de rudeza, mas com maior sofisticação.
-Ta bom, tio! Se o senhor acha melhor assim... - Desestimulado o menino deu de ombros, virou as costas e se retirou.
Assim que o garoto se afastou o homem caiu em si. Havia agido com muita severidade com menino e sem oferecer-lhe ao menos a oportunidade de dizer o que se entalava na garganta. Arrependido chamou o garoto:
-Ei, meu jovem! O que poderia apalavrar-me de tão importante e essencial? – O garoto girou sobre o próprio eixo e voltou para ter com ele.
-Quereria meu rapaz! Quereria... –
Respondeu bruscamente o sujeito de aparência austera enquanto batia as mãos nas pernas e nos fundilhos da calça. Ele acabara de levar um tombo medonho ao tropeçar no meio-fio daquela movimentada rua. Contudo e para piorar o que bom não era, a barba, numa tonalidade arruivada e o olhar severo acrescido da calvice tornavam sua feição mais rude que propriamente era.
-Não tio, mais é só pra te dizer pro senhor que...– Novamente foi interrompido
-Jovenzinho, antes de tudo seja mais cordato e tenha para você que não se pode ficar interpelando desta maneira pessoa que mal conhece!
-Eu sei tio, mais é que..
-De novo? Que garoto maçante! Certamente a civilidade e polidez não lhe foram ministradas em casa, muito menos herdadas de berço. Será que é nesse desentoar maleducado que caminha para a sua puberdade? - Dessa vez o homem o admoestava tão braviamente que parecia que seus olhos poderiam saltar das cavidades oculares.
-Eu sei tio! Mais, mais... – O garoto tentava expressar, porém e apesar da insistência não obtinha sucesso.
-Não tem mais mais e nem menos menos! E saiba! Não é mais, é MAS! - Praticamente berrou.
-Eu sei tio, mais pelo amor de Deus, o senhor não ta entendendo que o Maic.. - Definitivamente aquele jamais seria o seu dia. O homem se mantinha irredutível e o abortou com rudeza, novamente
-Por que não se cala, ser pueril e inconveniente? – Foi a nova bravata, porém, dessa vez, num mesmo grau de rudeza, mas com maior sofisticação.
-Ta bom, tio! Se o senhor acha melhor assim... - Desestimulado o menino deu de ombros, virou as costas e se retirou.
Assim que o garoto se afastou o homem caiu em si. Havia agido com muita severidade com menino e sem oferecer-lhe ao menos a oportunidade de dizer o que se entalava na garganta. Arrependido chamou o garoto:
-Ei, meu jovem! O que poderia apalavrar-me de tão importante e essencial? – O garoto girou sobre o próprio eixo e voltou para ter com ele.
-Bem, tio. Agora nem dá mais jeito. Agora é tarde! - Exclamou com certo receio.
-Tarde? Tarde pra que?
-Bem... é assim tio. Quando o senhor tropicou na calçada e se esborrachou, não percebeu, mas... a sua peruca avuou pra bem longe.
-Voou... - O homem o corrigiu irritado com a opacidade do seu linguajar. Porém não bastaram mais que poucos segundos para que desse pela gravidade da informação
-Como? A minha peruca? - Questinou enquanto levava uma das mãos ao cocurutu e dava por falta dos cabelos.
-Isso, tio! Ela avuou pra longe. E foi nessa hora que tava passando o cachorro do Tininho, o Maicou Jéquison, e ele abocanhou aquele negócio cheio de cabelo e deu no pé! - O homem o olhou com certa raiva:
-E por que não me disse naquele momento, garoto indolente?
-Indo, quem, tio? – Obviamente, além de não saber o peso das palavras, perguntava-se o porque do homem usar palavras tão difíceis para ele.
-Indolen... ah, deixe pra la! – Irritou-se ainda mais o suejito que não deixou de insistir: Deveria ter-me avisado a tempo, garoto aparvalhado e lerdo!
De fato o homem, apesar da ira, sentia-se constrangido sem os seus cabelos avermelhados. Todavia agia de forma insólita e hilária ao tentar esconder a calvice espalmando ambas as mãos onde antes havia o chumaço de cabelos. O garoto, sentido-se cobrado tentou defender-se:
-Bem.. tio. Eu até que tentei, mas o senhor ficou me ensinando o dicionário todinho... Mais aí já era! Não deu mais tempo - Concluiu derrubando os ombros.
-Então, tudo está sacramentado! - O Homem suspirou inconsolável. Porém, brasileiro, surgiu a luz, esboçou-se a esperança:
-Ei garoto, você tem o endereço do tal canídeo? - Perguntou num olhar de súplica e ainda com as mãos no alto da cabeça.
Afinal, era a chance que a sua calvice precisava. Talvez nem tudo estivesse perdido.
O olhar de rogo se manteve cravado em sua fisionomia diante do garoto que parecia matutar.
Passado alguns segundos, vestido numa expressão de incerteza, o garoto se manifestou:
-Canídio, Canídio... bem tio, desse eu não tenho não. Pra falar a verdade eu nem sei se esse sujeito mora por aqui. Se ainda fosse o do Maicou Jéquisom dava pra quebrar um galho!
Copirraiti Abr2011
Véio China©
-Tarde? Tarde pra que?
-Bem... é assim tio. Quando o senhor tropicou na calçada e se esborrachou, não percebeu, mas... a sua peruca avuou pra bem longe.
-Voou... - O homem o corrigiu irritado com a opacidade do seu linguajar. Porém não bastaram mais que poucos segundos para que desse pela gravidade da informação
-Como? A minha peruca? - Questinou enquanto levava uma das mãos ao cocurutu e dava por falta dos cabelos.
-Isso, tio! Ela avuou pra longe. E foi nessa hora que tava passando o cachorro do Tininho, o Maicou Jéquison, e ele abocanhou aquele negócio cheio de cabelo e deu no pé! - O homem o olhou com certa raiva:
-E por que não me disse naquele momento, garoto indolente?
-Indo, quem, tio? – Obviamente, além de não saber o peso das palavras, perguntava-se o porque do homem usar palavras tão difíceis para ele.
-Indolen... ah, deixe pra la! – Irritou-se ainda mais o suejito que não deixou de insistir: Deveria ter-me avisado a tempo, garoto aparvalhado e lerdo!
De fato o homem, apesar da ira, sentia-se constrangido sem os seus cabelos avermelhados. Todavia agia de forma insólita e hilária ao tentar esconder a calvice espalmando ambas as mãos onde antes havia o chumaço de cabelos. O garoto, sentido-se cobrado tentou defender-se:
-Bem.. tio. Eu até que tentei, mas o senhor ficou me ensinando o dicionário todinho... Mais aí já era! Não deu mais tempo - Concluiu derrubando os ombros.
-Então, tudo está sacramentado! - O Homem suspirou inconsolável. Porém, brasileiro, surgiu a luz, esboçou-se a esperança:
-Ei garoto, você tem o endereço do tal canídeo? - Perguntou num olhar de súplica e ainda com as mãos no alto da cabeça.
Afinal, era a chance que a sua calvice precisava. Talvez nem tudo estivesse perdido.
O olhar de rogo se manteve cravado em sua fisionomia diante do garoto que parecia matutar.
Passado alguns segundos, vestido numa expressão de incerteza, o garoto se manifestou:
-Canídio, Canídio... bem tio, desse eu não tenho não. Pra falar a verdade eu nem sei se esse sujeito mora por aqui. Se ainda fosse o do Maicou Jéquisom dava pra quebrar um galho!
Copirraiti Abr2011
Véio China©
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